Achamos que as pessoas vão ser muito mais felizes escolhendo algo que gostam ao invés de algo “com muito prestígio” ou “muito estável”. Não temos absolutamente nada contra querer os itens citados, mas temos nossas dúvidas sobre o futuro de quem escolhe uma profissão pautado apenas por isso. Assim como a gente, muitas pessoas e empresas também espalham essa corrente, ou estilo de vida, ou como quiserem chamar. E aí surgiram uma série de dúvidas, inquietações e “coisas que você precisa fazer para fazer o que ama” que a gente discorda totalmente; e por isso esse texto. Dessa vez, ao invés de falar sobre “faça o que ama” vamos falar sobre…

Coisas que a gente não acha sobre fazer o que ama!

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Que precisa de um cargo conceituado, em uma empresa grande, descolada e internacional.

O “fazer o que ama” tem a ver com o valor que você dá para uma coisa; no quanto você vê sentido nela e fica satisfeito em fazer. E isso está há anos luz desses conceitos de “precisa ser dotô”, “precisa ser gerente”, “precisa morar no exterior”.

Que você precisa de um computador caro e um escritório descolado.

Computadores são muito legais, principalmente no conceito da nossa geração “Y” (ai como é chato esse rótulo) , escritórios como o Google e o Facebook também; mas nada disso vai fazer sentido se você não gostar do que está fazendo. Por exemplo, alguém que gosta muito de ilustrações, vai ser muito mais feliz trabalhando em um computador qualquer e podendo criar a vontade, do que tendo um ~ de última geração ~ e utilizando só vetores para trabalhos fixos. Não é o “com o que” é o “o que” fazer que muda tudo.

Você precisa largar tudo, esquecer que existe dinheiro e se voluntariar em alguma coisa.

Não, mas gente, claro que não! Todo mundo precisa conquistar a sua independência financeira, realizar pequenos “sonhos de consumo” e pagar as contas. Se você esquecer que existe dinheiro, pode até ficar feliz e realizado pelo alívio de estar no que gosta, mas aí você cria outro problema que não tinha antes, que é “ser sustentado” por alguém. Soltamos um artigo no blog (para um público mais maduro no mercado, ok) onde um planejamento financeiro para “mudar definitivamente” de área leva em média três anos! Claro que você não precisa levar todo esse tempo; mas também não precisa jogar tudo para o alto. Ache o máximo de coisas que você gosta onde você está, use o $$ que você ganha para fazer cursos na área que quer, o seu tempo livre para estudar, praticar ou voluntariar-se em algum lugar durante um final de semana. Faça a “coisa que você gosta” ir tomando espaço na sua vida; em algum momento a transição vai ser mais estável e orgânica.

Quando você fizer o que ama vai ser lindo, maravilhoso, só dias ensolarados e pássaros cantando.

Socorro! Nem a Poliana (aquela que conseguia ver coisas boas em tudo) ia conseguir viver o “faça o que você ama” sem um stress de vez em quando. Como qualquer coisa na vida (qualquer uma MESMO, relacionamentos, amizades, fases) vai ter lado ruim. Primeiro, porque não tem como fazer só o que você gosta o tempo todo; até o diretor mais importante da empresa mais legal, gasta um tempão do dia dele lidando com contratos (nada contra quem gosta de contratos), a questão é, existem coisas não tão legais que precisam ser feitas, mesmo em uma área que você adora. Segundo, que você é uma PESSOA, e lida com outras, direta ou indiretamente. Independentemente do que você faz, não acorda todos os dias do mesmo jeito. Vão ter quartas-feiras com chuva em que você simplesmente vai querer ficar embaixo das cobertas e não lidar com absolutamente nada relacionado ao seu trabalho, e isso é perfeitamente normal.

Quando você encontrar o que ama, vai amar para sempre.

Sabe a sua primeira paixão eterna do colegial? Durou para sempre? Então. Sabe o curso de artes marciais que parecia incrível e que no final das contas você foi em duas aulas? Ou o curso que era o seu sonho de consumo e você largou de mão no primeiro semestre? Ou aquele projeto de blog que você alimentou por um ano e cansou? É mais ou menos isso. O seu “fazer o que ama” pode fazer muito sentido pra você no momento, mas depois não faz mais tanto. Bom, talvez você tenha casado com seu namoro de colegial, ou seja faixa preta ou esteja fazendo doutorado na mesmísssima área daquele curso, também pode ser assim!

“Amor é para pessoas, não para trabalho”.

Gente, por favor, se tem uma coisa que merece ser banalizada (no melhor sentido possível) nesse mundo, é o amor. Amor é para pessoas sim, para trabalho também e para qualquer coisa que mereça, é pra vida sabe?