A relação entre as empresas e seus colaboradores tende a ficar mais fácil se a primeira os conhece. O conhecimento que se tem do profissional vai ajudar a área de Recursos Humanos a especificar funções e cargos; e pode ajudar os gestores na formação de equipes e a se relacionar com suas equipes.

O mapeamento de perfil também ajuda a área de Recursos Humanos com a retenção de talentos, pois a partir do momento que o profissional se sinta mais a vontade e mais satisfeito com as atividades que realiza, mais se encaixa em suas motivações intrínsecas e propósitos profissionais. Também ajuda o RH Estratégico a conduzir políticas de bem estar e produtividade/performance.

Justamente para tornar estas tarefas cada vez mais acuradas, muitas empresas começam a lançar mão do que chamamos de mapeamento de perfil. O conceito vai além da simples análise do currículo e dos tradicionais questionamentos feitos ao profissional: quais suas metas, seus objetivos, se está feliz etc.

Para facilitar ainda mais o conhecimento das pessoas que vão trabalhar na empresa – ou que já estão na empresa e vão exercer novas funções -, a avaliação de perfil tem objetivos mais ousados. Ele dá aos gestores um conhecimento maior sobre as habilidades do profissional, tendências de comportamento e quais as necessidades de cada pessoa. Com estas informações, é possível lidar melhor com o profissional, atribuindo a ele atividades que certamente ele poderá desenvolver.

Na prática, ganha-se um conhecimento maior das capacidades das pessoas, alinhando melhor as expectativas e funções. Por isso o mapeamento de perfil permite adaptar o que temos dentro da empresa ao perfil do profissional, ajudando-o a oferecer o que ele tem de melhor.

Não é raro encontrarmos pessoas que, mesmo exercendo bem suas atividades, não estejam satisfeitas com o que fazem. Elas têm grande experiência, mas nenhuma motivação intrínseca. Sem gostar do que está fazendo, deixa de corresponder às expectativas da empresa e suas próprias. Com o mapeamento de perfil, é possível conhecer melhor estes profissionais e, dentro do possível, remanejá-los para funções onde estarão realmente felizes e, com isso, muito mais propensos a crescer e produzir.

O conceito também se aplica a grupos. Por exemplo, ao planejar um determinado projeto, define-se que a equipe ideal para colocá-lo em prática deve contar com profissionais com diferentes perfis. O gestor do projeto pode avaliar quais membros de sua equipe têm aquelas características e, a partir disso, montar a equipe que vai se desempenhar melhor naquele projeto.

De repente, mesclar equipes pode permitir atingir o resultado esperado mais rapidamente do que com uma equipe uniforme, onde todos pensam da mesma forma. Se há um mais criativo, outro mais operacional, outro mais administrativo etc., é possível que os resultados venham mais rapidamente. Para resultados práticos, isso é fundamental: conhecer as pessoas que você tem dentro da empresa e das equipes.

O conceito serve também para medir o alinhamento da equipe e do gestor e a harmonização entre os diversos perfis. O trabalho de mapeamento de perfil nos dá um levantamento motivacional do profissional que vai além do currículo, mapeando o que realmente a pessoa tem de interesse. É um levantamento de personalidade.

Para as empresas, as vantagens são claras. Conhecer seus profissionais com este nível de profundidade facilita a gestão, permitindo ao gestor definir melhor quem vai assumir as diferentes funções de sua equipe. O resultado são relações internas mais fluidas dentro da empresa. A equipe passa a atingir melhor os resultados e todos sabem do que todos são realmente capazes.

As empresas precisam despertar para este conceito para acabar com distorções, como bons técnicos transformados em gestores, por exemplo. Isso é comum, e estes profissionais geralmente têm dificuldade de relacionamento, de comunicação, resultando em pessoas erradas nos lugares errados.

O trabalho é interessante, traz resultados, mas deve sempre ser feito por um psicólogo. Pode ser da área de Recursos Humanos ou um profissional terceirizado, mas tem que ser alguém devidamente preparado e com os instrumentos ideais para isso.

O psicólogo aplica e apura os resultados, mas todos se envolvem no processo e os resultados são benéficos para a empresa e para os profissionais. Traz autoconhecimento para si mesmo. Por isso o profissional, por sua conta, também pode procurar alguém que faça esse trabalho e o ajude a realinhar suas expectativas profissionais e a redirecionar sua carreira.

 

Silvana D’Avino é Gerente de Recursos Humanos da Emphasys IT Services

Fonte: http://www.gestaoerh.com.br/