Recomendações de coach podem deixar mudança menos complexa
Mudar nunca é fácil. Quando essa mudança envolve a sua carreira e, consequentemente, sua remuneração, o grau de dificuldade pode ser ainda mais alto. Não é por isso, no entanto, que você está condenado a ficar aí parado, fazendo o que faz para o resto da vida. Embora a transição de carreira seja um movimento complexo, você pode tentar fazer isso da melhor forma seguindo estas dez recomendações do coach Silvio Celestino.

1 – A primeira coisa a avaliar, diz Celestino, é que muito possivelmente você voltará a ser um profissional júnior quando decidir mudar de carreira. “Você provavelmente tenha um cargo inferior e ganhe menos”, diz ele.

2 – Considerando esse primeiro item, é preciso que você faça uma reserva financeira antes de entrar de cabeça nessa mudança. A dica vale principalmente se houver pessoas que dependem financeiramente de você, como filhos, pais etc. Celestino recomenda que você faça essa reserva por dois ou três anos, mais ou menos, para enfrentar com mais tranquilidade a fase de transição propriamente dita.

3 – Antes de encarar essa mudança, também é preciso que você estude o mercado, entenda as possibilidades reais que a área para onde você pensa em ir oferece de fato. “Não basta apenas gostar do que você faz”, diz ele. “Essa crença é amplamente divulgada, mas a realidade é outra”, afirma. Isso significa, por exemplo, que não adianta você descobrir que adoraria ser professor de datilografia se ninguém neste mundo faz mais aulas de datilografia. “É preciso focar alguma coisa que você goste, claro, mas também que tenha mercado, que tenha público.”

4 – Outra recomendação muito importante é a de procurar um profissional que tenha feito a mudança que você está pensando em fazer. “O ideal é que a pessoa tenha feito um movimento semelhante ao seu”, diz ele. “Se não encontar alguém assim, converse com um profissional que tenha saído de qualquer área para ir para a mesma área que você pensa em seguir.” Segundo Celestino, é essa pessoa que tem mais possibilidade de dizer quais os melhores caminhos para essa mudança. “Ela vai poder dizer o que funciona e o que não funciona”, diz ele. “Ter um mentor que possa orientar sua carreira é sempre muito bom para evitar erros que podem ser evitados.”

5 – Numa mudança de carreira, também é muito importante buscar o máximo de conhecimento no menor tempo possivel. “É preciso que você busque um conhecimento adequado para entrar na nova área”, diz ele. “Assim, você conseguirá ser visto novamente como um profissional pleno ou até sênior num prazo mais curto.” A pressa será maior quanto maior for a sua idade no momento da mudança. Aos 35 anos ninguém gosta de ser visto como estagiário.

6 – A rede de relacionamentos também é uma questão delicada nesse momento. “Provavelmente, os contatos profissionais que você tem na antiga carreira não saberão como ajudar no seu novo desafio”, afirma Celestino. O que isso quer dizer? Exatamente o que parece: você terá de construir uma nova rede de contatos. É essa rede, provavelmente, que vai dar abrir as portas da nova área para você.

7 – Investir numa pós-graduação ou num MBA na área em que você quer trabalhar é uma excelente estratégia. “Isso ajuda nos dois pontos mencionados acima: você adquire conhecimento e rapidamente constrói uma rede de contatos”, diz ele.

8 – Outro ponto complicado dessa mudança é que você precisa estar preparado para não ter o apoio da família nem dos amigos. “Não é por mal, é simplesmente porque eles gostam de você e querem preservar sua estabilidade”, explica o coach. Ou seja, possivelmente você tenha de encarar alguns atritos e comentários não tão agradáveis.

9 – Com tudo isso, outra recomendação é cuidar muito bem da sua saúde. É isso mesmo. “Você não sabe quanto tempo vai levar para ter alguma estabilidade e um bom rendimento novamente”, diz ele. “Isso demanda muita energia física, mental e emocional, então, se precisar de apoio, não demore para buscar ajuda, seja de um médico ou de um psicólogo”, sugere Celestino. O que não vale, ele diz, é esperar chegar ao fundo do poço para gritar por socorro.

10 – Por fim, a dica é só decidir mudar de área se você tiver certeza absoluta de que é isso que você quer, de que você é capaz de trabalhar dessa forma e, de fato, deixar para trás a área anterior. “Se você ficar entre uma e outra, sempre tentado a voltar para a primeira porque ela oferece cargos e salários melhores, dificilmente vai se desenvolver na área nova”, diz ele. A palavra que deve acompanhar essa mudança e perseverança. Muita coisa pode dar errado, mas, se você estiver certo da decisão, muita coisa também tende a dar certo. Boa sorte!
Por: Fernanda Bottoni

Fonte: vagas.com.br