Para muitos profissionais, a resposta a essa pergunta seria apenas o cálculo do dinheiro que cai na conta bancária todos os meses. Alguns ainda vão um pouco além e incluiriam benefícios como ajuda de custo para transporte ou carro da empresa, subsídio a estudos ou plano de previdência. No final das contas, a esmagadora maioria dos profissionais só conta como “salário” a remuneração em dinheiro, ou o que pode ser rapidamente transformado em números.

O que esses profissionais não percebem é como o salário não-financeiro também pode fazer muita diferença na conta final do quanto realmente se ganha no trabalho. Um exemplo é a máxima “tempo é dinheiro”: para você, vale a pena trabalhar 4 horas a mais por dia por um aumento de 50%? Para alguns profissionais, isso seria impensável. Para outros, essa pode ser uma boa proposta. A verdade é que o tempo gasto no trabalho – e o tempo de deslocamento até ele – também passou a ser um fator importante para muitas pessoas, e faz diferença na conta total do “salário”.

Outros itens não-financeiros como cultura da empresa, entrosamento com a equipe, qualidade dos desafios profissionais e oportunidades de crescimento são extremamente importantes, e dificilmente computados por profissionais como remuneração indireta. E, na prática, são essas as motivações que levam as pessoas a querer sair de suas empresas.

Ser feliz no trabalho hoje está cada vez menos relacionado somente ao dinheiro, e mais a oportunidades e relacionamentos. Da próxima vez em que pensar quanto ganha – ou quanto quer ganhar – vá além dos cifrões. O cálculo é mais difícil, mas também mais próximo do que te completa.

 

Fernando Mantovani

Fonte: http://exame.abril.com.br/