No ambiente de trabalho, assim como na vida pessoal, a inteligência emocional é fundamental para se alcançar bons resultados. Após um período de supervalorização do tecnicismo, o mundo corporativo vem descobrindo que apenas o raciocínio lógico não basta. Ele deve estar acompanhado de alguns atributos emocionais, extremamente necessários ao bom desempenho no trabalho.
Ao dar importância para a inteligência emocional, as organizações têm valorizado enormemente essa característica nos processos seletivos. Isso porque a inteligência emocional, um conjunto de qualidades de ordem emocional e sentimental, é que vai determinar fatores extremamente importantes no mundo do trabalho, tais como motivação e autocontrole. Emoções fortes, como a raiva e ansiedade criam um bloqueio na zona do córtex frontal, nublando o raciocínio. Além de gerar conflitos e atritos com colegas de trabalho.

Pesquisas recentes na área do desenvolvimento cognitivo e da neuropsicologia apontam que habilidades cognitivas são mais diferenciadas e mais específicas do que se acreditava. Sabe-se hoje que o sistema nervoso é altamente diversificado e que diferentes áreas do cérebro processam diferentes tipos de informação.

A Teoria das Inteligências Múltiplas
A visão anterior sobre o assunto, que dividia a inteligência em dois tipos: linguística e lógico-matemática, caiu por terra a partir dos estudos de Howard Gardner (1985). O psicólogo da Universidade de Harvard desenvolveu a teoria das inteligências múltiplas. Segundo ele nossa inteligência engloba, na verdade, 7 tipos de inteligência diferentes: linguística, lógico-matemática, musical, espacial, cinestésica, intrapessoal e interpessoal.

Na década de 90, o pesquisador John Mayer, com seus colaboradores David Caruso e Peter Salovey, tornam-se uma referência no tema “Inteligência Emocional”, definida como a capacidade de raciocinar sobre emoções. Essa habilidade incluiria: perceber e acessar emoções (através da voz e expressões faciais), gerar emoções, além de entender e regular as emoções de forma reflexiva, com o objetivo de promover o crescimento emocional e intelectual.

Daniel Goleman, psicólogo e professor PhD da Universidade de Harvard (EUA), popularizou o conceito ao publicar o livro Inteligência Emocional (1995), onde afirma que existem dois tipos de inteligência: o QI – Quociente de Inteligência e o QE – Quociente Emocional. Goleman diz ainda que 20% dos resultados positivos obtidos na vida podem ser atribuídos ao QI, enquanto 80% fica por conta de outros fatores.

5 Habilidades Emocionais mais apreciadas pelos RHs

Salovey e Mayer descreveram as cinco competências da Inteligência Emocional, habilidades que são hoje as mais procuradas pelas organizações que buscam maior competitividade. Elas são exigidas principalmente dos líderes, cujo desempenho e relacionamento no trabalho vão influenciar o comportamento das pessoas na busca dos objetivos organizacionais. São elas:

1. Autoconsciência

Conhecer-se, conhecer as próprias emoções, auto-observar-se, perceber-se no ambiente e conhecer seus pontos fortes e fracos, tanto em termos de conhecimentos técnicos como de relacionamento humano.

2. Autodomínio

Controlar as emoções nos diversos momentos e situações que a vida profissional apresenta; manter a calma em situações difíceis, administrar as emoções. Lidar com os sentimentos de maneira a não apresentar reações perturbadoras ao ambiente de trabalho. Significa lidar com os próprios sentimentos e emoções, conduzindo-os a facilitarem a realização de suas atividades, em vez de perturbar o desempenho. Ter resiliência para recuperar-se de aflições emocionais da vida pessoal ou conflitos no ambiente profissional.

3. Automotivação

Envolve utilizar os sentimentos de entusiasmo, perseverança e tenacidade para conquistar os seus objetivos e metas de uma forma bem direcionada e segura, com o intuito de ter iniciativa e foco nos objetivos. Perseverar sempre, mesmo diante de revezes e frustrações. É com perseverança, entusiasmo e motivação que se consegue aperfeiçoamento e êxito nas realizações.

4. Empatia

Saber colocar-se no lugar do outro. Sentir como o outro se sente, percebendo suas emoções e necessidades para melhor lidar com as situações; entender e respeitar as opiniões alheias; não julgar; ouvir e apoiar os colegas de trabalho.

5. Habilidades sociais

A arte do relacionamento é, sob determinado ponto de vista, a aptidão de lidar com as emoções das outras pessoas, interagir com facilidade, ter habilidade para liderar, negociar e solucionar conflitos, bem como para a cooperação e trabalho em equipe.

A prática tem demonstrado que a exigência dessas habilidades nos processos de seleção tem gerado bons resultados. Nas empresas que valorizam também a inteligência emocional, além da técnica e do raciocínio lógico, equilibra-se emoção e razão. O mundo corporativo percebe pouco a pouco que os sentimentos e habilidades humanas são alavancas para o bom desempenho da empresa e, por este motivo, a inteligência emocional é hoje tão importante quanto a carreira ou um bom MBA.

 

Fonte: Equipe Veler

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