Crachá novo, vida nova. É natural sentir um frio na barriga nos primeiros dias de um emprego em que você acabou de ser admitido.

Para Adriana Gomes, psicóloga e consultora de carreira, “aterrissar” tranquilamente num novo ambiente de trabalho não é uma manobra simples. “É como o início das aulas numa escola nova: você precisa se adaptar a múltiplos cenários ao mesmo tempo”, explica.

Mas, se a ansiedade e o medo do desconhecido são inevitáveis, é bom se esforçar para garantir um bom começo. “Não é mentira que as primeiras impressões são as que ficam”, diz Romaly de Carvalho, professora de etiqueta no trabalho da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Segundo ela, a fase inicial de um emprego é o período em que o profissional é observado mais de perto. Por isso, vale redobrar a atenção para atitudes que possam contribuir para o seu marketing pessoal.
A seguir, veja algumas atitudes recomendadas para quem está atravessando as emoções do começo de uma nova aventura profissional:

1. Fale pouco, escute muito
Ninguém espera que, nos seus primeiros dias de empresa, você já saia tagarelando pelos corredores. É melhor se conter e, principalmente, fazer uma observação silenciosa das outras pessoas.

Como seus colegas se relacionam? Quais são os seus assuntos? Quais são as relações de poder mais visíveis? “Você precisa se informar sobre o seu novo ambiente”, diz Adriana. “E não existe forma melhor de fazer isso do que escutar, escutar e escutar”.

2. Economize nos “pitacos”
Você pode até já ter comentários sobre o que deve ser feito, mas normalmente é melhor guardá-los para si. “É arriscado se expor sem conhecer tão bem o seu novo trabalho”, alerta Adriana.

Se já houver reuniões para as quais você foi convidado, o melhor é agir como ouvinte. “Deixe as suas opiniões e avaliações mais veementes para o futuro”, aconselha.

3. Descubra quais são os rostos das figuras mais importantes
Para Romaly, o novato deve fazer um trabalho de “detetive” para se preparar. “Descubra quem são as figuras-chave da empresa, como o presidente e os principais diretores”, recomenda ela. “Se ninguém puder apontar quem é quem para você, vale até pesquisar fotos na internet”.

Não é bisbilhotice, garante Romaly. “Saber como eles são fisicamente evita constrangimentos ou posturas inadequadas se você encontrá-los no elevador ou pelos corredores da empresa, por exemplo”, explica.

4. Não tenha vergonha de se apresentar
Nos primeiros dias, é importante que você busque se fazer conhecer pelos seus novos colegas. “Descubra quando e onde as pessoas costumam se reunir para o café, e use esses espaços para se apresentar”, recomenda Romaly.

Se ninguém facilitar esse primeiro contato, tome a iniciativa. Segundo ela, o gesto de se apresentar a quem você não conhece demonstra autoconfiança, além de ser simpático.

5. Tome a iniciativa para acompanhar colegas em almoços e happy hours
Além de se apresentar, também é aconselhável que você busque ativamente oportunidades para socializar com os demais. De acordo com Adriana, o novato deve evitar almoçar sozinho, por exemplo.

“Perca a vergonha e se convide para acompanhá-los nos almoços, cafés e até happy hours”, diz a consultora. “Quanto antes você se integrar, melhor”.

6. Não force amizades
Embora o recém-chegado deva buscar contato social no novo ambiente, é bom não exagerar na dose. “Não é para dar uma de ‘amigão’ com pessoas que você mal conhece”, diz Adriana.

O ideal, então, é encontrar um equilíbrio delicado entre simpatia e formalidade. “Intimidade é algo que se constrói, então é melhor manter uma certa distância, que vai se encurtando aos poucos”, acrescenta Romaly.

7. Não se envergonhe das suas dúvidas
Nos primeiros dias, é natural estar um pouco perdido. “Não é demérito nenhum desconhecer o funcionamento das coisas”, afirma Romaly. As perguntas, ao contrário, são muito bem-vindas – sobretudo porque serão vistas como sinal de interesse e disposição para aprender.

As interrogações, portanto, estão liberadas – mas desde que sejam sobre trabalho. “Vale mais ser discreto e evitar perguntas sobre assuntos pessoais, como família ou política”, diz a especialista.

 

Por: Claudia Gasparini.

Fonte: http://exame.abril.com.br/