Saiba o que faz pessoas de diferentes cargos mudarem de emprego.
Por que um profissional empregado busca uma recolocação no mercado? Para conhecer os principais motivos, a consultoria Ricardo Xavier Recursos Humanos compilou as informações obtidas dos profissionais que procuraram pelo seu serviço de Recolocação Profissional entre 2011 e 2013. No total, eram 333 profissionais de diversos níveis, entre diretores, gerentes, coordenadores, supervisores, analistas, assistentes e especialistas.

O resultado do levantamento foi bem interessante. Quer ver?

1 – Você pode não acreditar, mas a maior razão para os profissionais procurarem outro emprego foi “carreira” (perspectiva, desafios e crescimento). Esse item foi apontado por nada menos do que 50% das pessoas. Entre os especialistas, a fatia é ainda maior, de 75%. A menor é a de diretores, com apenas 31%.

2 – Como explica João de Queiroz Xavier, diretor-geral da Ricardo Xavier, 41%dos profissionais não enxergaram possibilidade de crescimento na atual empresa. “Nove por cento estão buscando novos desafios, o que também pode ter a ver com estagnação ou falta de oportunidade de crescimento”, diz ele.

3 – O segundo motivo mais apontado pelo profissionais que queriam outro emprego foi “gestão”, com 21% das respostas. Para Xavier, o problema aqui é o chefe, em primeiro lugar, e, em seguida, a empresa e seus gestores em geral.

4 – Para não cair em uma nova roubada, se você estiver disposto a mudar de emprego para não ter mais de trabalhar com seu chefe, a dica do diretor-geral é tentar obter informações sobre seu potencial novo gestor ainda durante o processo de seleção. “Normalmente ele participa pelo menos da entrevista final, e, nesse momento, é possível conhecê-lo melhor”, diz.

5 – O terceiro motivo mais apontado, claro, foi ele mesmo: o salário. Então, quem muda de emprego com mais frequência costuma obter maiores aumentos salariais do que quem permanece na mesma empresa? “É possível, sim”, diz Xavier. Mas ele faz um alerta: “O profissional deve olhar a carreira a longo prazo e trocas rápidas e frequentes de emprego não deixam boas marcas no currículo – passando uma imagem de instabilidade”. Outro ponto importante que ele destaca é que essas saídas por salários maiores não costumam deixar boas impressões. “O profissional que faz isso pode contar com os antigos colegas e superiores para recomendá-lo?”, questiona.

6 – O levantamento mostra, no entanto, que quem procurou a recolocação por causa do salário em geral estava ganhando abaixo da média de mercado. Por exemplo, os gerentes que buscavam uma recolocação por salário ganhavam, em média, R$ 4,3 mil, enquanto o salário médio total desse nível era de R$ 8,2 mil. Entre os especialistas, a diferença era de R$ 2,5 mil para R$ 6,1 mil.

7 – Por outro lado, a média salarial dos que têm “carreira” como principal motivo para buscar recolocação é bem próxima da média geral ou apenas um pouco abaixo, mas sempre bem acima da média dos que buscam recolocação motivados por salário. Os analistas desse grupo, por exemplo, tinham salario médio de R$ 3,3 mil, contra R$ 3 mil na média geral e R$ 2,6 mil na média dos que reclamavam de salario.

8 –E há uma explicação para o item 7. “Quem tem mais preocupação com carreira ganha mais.” Isso ocorre primeiramente porque quem tem (e executa) um plano estruturado de carreira com toda certeza vai ganhar no longo prazo. Depois, porque quem se preocupa com a carreira e vê o salário como consequência dedica seus recursos (tempo, dinheiro, atenção) a atividades agregadoras, construtivas, potencializadoras, diz Xavier.

9 – O quarto motivo mais apontado, com 5%, são as viagens. Entre os profissionais que indicaram essa resposta, 66% eram diretores. Os outros 33% eram gerentes. Só por curiosidade: nenhum analista, especialista ou supervisor procurou o serviço de recolocação motivado pelo excesso de viagem.

10 – Os outros itens apontados foram testar empregabilidade (3%), tipo de empresa (2%), reconhecimento (2%) e mudanças (1%).

 

por Fernanda Bottoni
Fonte: vagas.com.br