Dicas para botar a mente nos trilhos, mesmo em momentos de sofrimento
Problemas todo mundo tem. Às vezes, no entanto, eles crescem mais do que podemos suportar e acabam com nossa concentração e produtividade no trabalho. Se isso acontecer, você sabe o que precisa fazer? A psicóloga Nina Taboada dá seis dicas para botar a mente nos trilhos, mesmo em momentos de sofrimento. Confira.

1 – O primeiro ponto para chegar a uma solução parece muito óbvio, mas é esquecido pela maioria das pessoas, segundo Nina. “É preciso começar definindo qual é o seu problema, o que está causando o sofrimento”, diz ela. Pode parecer esquisito, mas, na maioria das vezes, nós não sabemos o que está acontecendo de fato. Sabemos, sim, que alguma coisa incomoda, mas não sabemos dar nome a ela. “Quando o problema é uma doença grave em família ou uma separação, por exemplo, essa definição é mais clara”, afirma Nina. “Por outro lado, quando estamos irritados com alguma coisa, descontando o mau humor nos colegas sem saber exatamente o porquê, esse primeiro passo, de saber o que exatamente está incomodando, é mais difícil.”

2 – Definido o problema, o segundo passo é avaliar o que pode ser feito. “Tente separar as preocupações produtivas das improdutivas”, recomenda ela. Sabe quando seu filho está doente e você tem de ir trabalhar enquanto ele fica com uma babá ou com a avó, por exemplo? Uma preocupação produtiva, por exemplo, é se a pessoa que ficará com ele vai conseguir chegar à sua casa. Improdutivas são preocupações do tipo “Será que ele vai ter febre?”, “Será que alguém de casa vai precisar falar comigo justamente na hora da reunião?”, “Será que ele vai sentir minha falta?”. Como explica Nina, são preocupações que ficamos ruminando, que têm uma probabilidade muito baixa de acontecer e não têm de fato uma solução.

3 – A terceira dica é transformar as preocupações em ação. “Pergunte-se o que você pode fazer para resolver a preocupação naquela hora”, diz Nina. No exemplo de preocupação produtiva acima, você pode entrar em contato para saber se a pessoa está conseguindo chegar apesar do trânsito ou da greve de metrô, por exemplo. Quando a preocupação é improdutiva, no entanto, não há o que possa ser feito. “Antes que esses fantasmas tomem conta da sua cabeça, o melhor pode ser ligar para casa, perguntar como estão as coisas e mudar o foco, sem ficar uma hora e meia fantasiando sobre isso.”

4 – Outra recomendação interessante da psicóloga é organizar a sua rotina de trabalho com uma “to do list“. “Coloque na lista o que você precisa fazer naquele dia”, diz ela. Por exemplo, chegar e ver emails, almoçar com o cliente, ir para a reunião com o chefe, terminar o relatório e ler o contrato. “Quando a gente está em sofrimento, a organização ajuda a manter o foco no que é prioridade em cada momento”, diz ela. Isso porque, claro, se você chegar ao escritório sem um objetivo definido vai ser muito mais fácil deixar que os pensamentos negativos tomem conta de você.

5 – Estabelecer um tempo para pensar no seu sofrimento também é uma dica bacana. “Combine com você que haverá um momento para dar atenção ao problema que está incomodando”, diz Nina. Defina, por exemplo, que você vai parar para pensar no que está incomodando no final do dia. “É como dizer ‘eu vou dar atenção, cérebro, fica tranquilo, só não dá para ser agora’”, diz Nina. E ela explica que essa atitude é mais eficiente do que simplesmente tentar controlar os pensamentos. “Se eu disser ‘Não pensa no elefante, não pensa no elefante, não pensa no elefante’, o elefante já vai estar na sua cabeça”, diz ela. Ou seja, se você tentar evitar o pensamento o tempo todo, sem reservar esse tempo para ele, como Nina sugeriu, é bem possível que você passe mais tempo ainda com ele ou, o que é pior, que ele apareça em uma hora bem inadequada e com muito mais força.

6 – A última dica é para quem já tentou realizar as cinco primeiras e não teve resultado. “Se o sofrimento está crescendo e você não consegue mais manter sua vida social, sua produtividade, é hora de pedir ajuda”, diz ela. Essa ajuda pode ser de um psicólogo, um psiquiatra, um amigo, alguém em quem você confia. “Possivelmente você precise de um auxílio para entender porque está sofrendo tanto”, diz ela. “A gente não sofre com o que acontece com a gente, mas com o que a gente pensa sobre o que acontece com a gente.”

 

Por: Fernanda Bottoni

Fonte: vagas.com.br