Publicado em 23/05/2014
Quanto custa ser bom?
Trabalhando a alguns anos na área de recrutamento e seleção de pessoal
fico preocupada com o futuro do mercado de trabalho, ou melhor, com a
falta de bons profissionais para o mercado. Sei que muitos vão dizer:
“Ah, mas eu sou bom”, ou “Há profissionais bons também, não generaliza”,
ou ainda “Sou um bom profissional, só que não me dão uma
oportunidade”... Então nestes três casos, vamos lá...
Será mesmo que somos bons o suficiente? Falo de mim, de ti, do outro...
cada vez mais as pessoas esperam por um retorno que o outro tem que dar,
que o outro faça alguma coisa e muitas vezes acabam deixando as
oportunidades passar... Será falta de sorte? Azar? Olho gordo? Se não
foi assim, não era pra ser... Será que não podíamos pensar que fomos nós
que não fizemos nada para as coisas mudarem, ou então, se fizemos e não
deu certo, talvez não tenhamos feito o suficiente ou tenhamos desistido
muito cedo? Talvez em certos momentos até pensássemos desta forma, mas é
menos doloroso e menos culposo pensarmos que foi qualquer uma das
justificativas anteriores à última, e então, nos agarramos a ela.
Algumas vezes até sofremos com isso, mas logo passa e esquecemos, como
se nada tivesse acontecido. Aí não mudamos e ficamos esperando a tal
felicidade e a tal oportunidade...
O mundo está cheio de oportunidades, e temos que agarrá-las com todas as
forças, mas fico instigada com a falta de perspectiva que algumas
pessoas têm, inicialmente com sua indecisão quanto à questão
profissional, muitas vezes dizendo que “qualquer coisa serve”... Poxa
vida, como assim qualquer coisa?! Põe uma meta, traça os objetivos e faz
alguma coisa, não fica esperando que alguém venha te oferecer um emprego
ou então que te dê uma “ajudinha” porque você está precisando. Somos nós
que temos que decidir o que queremos e buscar isso. Novamente ficamos
esperando para que as coisas aconteçam, e então, “não temos uma
oportunidade”... Melhor: Não criamos ela!
Existem aquelas pessoas que vão a busca de seus objetivos, que batalham,
tem seus sonhos, acreditam neles e fazem eles acontecer. É aquelas
pessoas que olhamos encantadas e nos perguntamos: “Como fazem isso?” Ou
ainda: "Esse cara é foda!" É assim que devemos ser, porque se o outro é,
tem ou faz, porque nós não podemos ser, ter ou fazer? Talvez porque ele
é um sujeito sortudo! Todos temos um potencial, mas precisamos acreditar
nele e querer algo, por isso o “qualquer coisa” não serve, não pode
servir! Quando trabalharmos naquilo que queremos, naquilo que gostamos,
vamos nos tornar bons, realmente bons, e aí sim entraremos nas duas
primeiras frases, porque vamos ter certeza disso, porque acreditamos
nisso e estamos satisfeitos com isso. Pessoas assim irradiam alegria,
percebe-se no seu olhar e nas suas ações. São aquelas pessoas que não
param e que estão em busca de crescimento e de maiores realizações. Traduzindo: São as pessoas realmente felizes e realizadas
profissionalmente.
Então, quanto queremos ser bons? Em que frase quero
me encaixar? Quanto custa? Não basta querer, não basta falar, tem que
fazer!